Passei os últimos meses estudando o Breve Catecismo de Westminster com uma galera da UMP e aproveitamos o feriadão para encerrar os estudos e fazer um retiro espiritual. 18 pessoas num apartamento, dia e noite estudando a Bíblia, meditando e conversando sobre os assuntos, louvando, orando, fazendo refeições, limpando cozinha, banheiro, compartilhando segredos, medos...
Eu fui com o coração na mão, estava com alguns receios que se concretizaram (deixemos para trás), mas o mais importante foi que acabou um período sem choro. Isso mesmo, eu chorei. Como há muito tempo não tinha chorado, um choro de alívio, de entrega de confiança.
O choro em que perdemos a noção de nós mesmos, que despejamos todos os nossos sentimentos mais assustadores e que tentamos esquecer. Tudo isso começou com eu ligando para Patrícia para dizer que estava muito incomodado com uma situação e ela disse: "Deus está aí do seu lado". Eu sei que nenhum momento só Ele deixa de estar ao meu lado, mas eu estava num momento de disciplina em que não estava achando alívio para meu sofrimento até eu ter aprendido a lição. E naquele momento, o período de castigo acabou e eu chorei.
Deus não me deixou chorar pela perda de alguém ou pelas consequências do meu pecado. Eu chorei somente no momento em que tudo isso passou e que Ele pode chegar pra mim e me mostrar que estava ali e eu chorei somente pela presença dEle, como quando nós choramos de alegria quando alguém que amamos volta pra casa. Chorei de saudades daquela presença que faz a vida valer a pena e que estava comigo ali do lado.
Depois chorei pela minha perda, pela minha família, pela minha igreja, pelo meu ministério. Um choro que traz alegria, alívio, confiança, coragem e fé. Que lava a alma e nos faz rir, um choro encostado no peito de Deus sentindo sua mão afagar minha cabeça e me dizendo: "tudo estará bem, você está voltando pra casa!"
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